Para os aficionados do projecto Perdigões, mas naturalmente
também para todos os outros, decidiu-se preencher este interregno até dia 16
(dia em que voltaremos a estar no campo) com algumas imagens de materiais do
sítio acompanhadas de alguns comentários. Para ajudar a passar o tempo e a
manter a ligação a um trabalho que, para nós, é em permanência.
Aqui fica um recipiente cerâmico proveniente do Fosso 8, de
cronologia do Neolítico Final. Trata-se de uma decoração à base de caneluras
incisas verticais e que, na raridade decorativa da cerâmica dos Perdigões (e da
região), é um dos motivos mais representados no sítio nesta cronologia.
E esta é uma das questões interessantes relativamente
ao desenvolvimento do Neolítico: porque razões após uma altíssima percentagem
de decoração das cerâmicas no Neolítico Inicial, as etapas seguintes se
caracterizam por uma raridade na decoração das mesmas durante o Neolítico
Médio, Final e mesmo Calcolítico. Passa-se de 50%, 60%, 70% para 1% ou menos. E
no Norte de Portugal isso não acontece, com as percentagens a manterem-se acima
dos 60% / 80%.
As diferenças estéticas e de preenchimento de espaços (logo perceptivas, cognitivas e de comunicação) que
caracterizam Norte e Sul de Portugal podem muito bem remontar à Pré-História,
bem antes das diferenças de base religiosa e cultural introduzidas na medievalidade.
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